Birder

Birder

A premissa é embotada por um excesso de estímulos que cria para si. A proposta é apática e indiferente, pois encontra uma parede de dificuldades narrativas lhe faltando a coragem e a ousadia necessária para fazer funcionar. A direção se recusa a aceitar o risco e como consequência cria algo mais blasé, com uma abordagem broxante e um tom falso e plastificado durante a segunda metade — isso somado a um roteiro que faz pouco por seu protagonista, e força uma reviravolta desinteressante para tentar utilizar o fator surpresa e tentar se redimir dos erros cometidos no texto. Como imaginado, não dá certo. E apesar de tomar como referência a obra-prima “Stranger by the Lake”, “Birder” desperdiça boas chances de referenciar de fato o filme francês e prefere seguir um caminho mais polido e desanimado. 

Talvez se “Stranger by the Lake” não fosse o filme que é, “Birder” jamais havia sido feito. 

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