Dinastia de Borgonha


A Dinastia de Borgonha ou Casa de Borgonha foi um ramo cadete da Dinastia Capetiana, descendente de Roberto I, Duque da Borgonha, um dos filhos de Roberto II de França.

Casa de Borgonha
Maison de Bourgogne
Casa Capetiana de Borgonha
Dinastia de Borgonha
Borgonha: bandado de ouro e azul com uma bordadura de vermelho
Estado
Título
Origem
Fundador Roberto I da Borgonha
Fundação 1032
Casa originária Dinastia Capetiana
Etnia Franca
Atual soberano
Último soberano Filipe I da Borgonha
Dissolução
  • 1361(linhagem ducal)
  • 1383 (linhagem portuguesa)
Linhagem secundária
Casa de Avis
Casa de Bragança

A dinastia governou o Ducado da Borgonha entre 1032 e 1361. A linhagem principal da dinastia terminou com a morte, em 1361, de Filipe I, Duque da Borgonha. Seu ducado foi herdado por João II de França, cuja mãe tinha sido membro da Casa de Borgonha, então o ducado passou para a Casa de Valois, então casa governante da França.

Notáveis membros da linhagem principal da Casa de Borgonha incluem:

Genealogia

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Casa de Borgonha

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Ramo Montagu da Casa de Borgonha

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  • Alexandre, Senhor de Montagu (1170–1205)
    • Eudo I, Senhor de Montagu (1196–1245)
      • Alexandre II, Senhor de Bussy (1221–1249)
      • Guilherme I, Senhor de Montagu (1222–1300)
        • Alexandre III, Senhor de Sombernon (1250–1296)
          • Estêvão I, Senhor de Sombernon (1273–1315)
            • Estêvão II, Senhor de Sombernon (1296–1339)
              • Guilherme II, Senhor de Sombernon (1320–1350)
                • João, Senhor de Sombernon (1341–1410)
                  • Catarina, Senhora de Sombernon e Mâlain (1365 – após 1431)
                • Pedro, Senhor de Mâlain (1343–1419)
              • Pedro I, Senhor de Mâlain (1322–)
                • Estêvão, padre (1345–1367)
              • Hugo, monge (1324 – após 1359)
            • Filiberto I, Senhor de Couches (1300 – após 1362)
              • Hugo de Montagu, Senhor de Couches (1325–)
                • João de Montagu, (1346–1382)
                • Filiberto II, Senhor de Couches (1348–1406)
                  • João II, Senhor de Couches (1380 – após 1435)
                    • Cláudio, Senhor de Couches (1404–1471)
                  • Adalto (−1406)
                • Hugo (1351 – após 1380)
                • Alexandre, Abade de Flavigny (−1417)
          • Guilherme (1276 – após 1313)
          • Eudo, Senhor de Marigny-le-Cahouët (1290–1349)
            • Geraldo, Senhor de Montoillot (1332 – após 1367)
              • João, Senhor de Montoillot (1363 – após 1410)
              • Adalto (1365–1400)
            • Guilherme, Senhor de Marigny (1335 – após 1380)
        • Oudardo, Senhor de Montagu (1264 – após 1333)
          • Henrique, Senhor de Montagu (1306–1349)
          • Oudardo, monge em Reims (1312–1340)
      • Filipe, Senhor de Chagny (1227 – após 1277)
      • Gaucher, Senhor de Jambles (1230 – após 1255)
      • Eudo, Senhor de Cortiambles (1231 – após 1255)
    • Alexandre, Bispo de Châlon-sur-Saône (1201–1261)
    • Geraldo, Senhor de Gergy (1203 – após 1222)

Dinastia de Borgonha de Portugal

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A designação Dinastia de Borgonha de Portugal aplica-se às casas reais de Portugal, Galiza, Leão e Castela, e que governaram estes países, respectivamente, entre 1096 e 1383, 1126 e 1230 e 1126 e 1368, ainda que não tenham uma origem comum. Com efeito, a Dinastia da Borgonha reinante em Portugal deriva da casa ducal da Borgonha, por via do conde D. Henrique de Borgonha, sendo um ramo cadete da dinastia capetiana, e a dinastia da Borgonha reinante em Leão e em Castela derivada da casa condal da Borgonha, por via do conde D. Raimundo, pai do imperador Afonso VII de Leão e Castela.


Dinastia de Borgonha (Portugal)
Dinastia Afonsina
 
Dinastia de Borgonha
D. Afonso Henriques, fundador da Nação e da dinastia borgonhesa
Estado
Título
Origem
Fundador Afonso I de Portugal
Fundação 1096
Casa originária Dinastia Capetiana
Etnia Franco-portuguesa
Atual soberano
Último soberano Fernando I de Portugal
Dissolução 1383
Linhagem secundária
Casa de Avis
 

A Dinastia de Borgonha Portuguesa, também chamada Afonsina (pelo elevado número — quatro — de soberanos com o nome de Afonso) foi a primeira dinastia do Reino de Portugal. Começou em 1096, ainda como mero condado (autonomizado em reino em 11391143) e terminou em 1383.

D. Afonso Henriques tornou-se Príncipe de Portugal depois de vencer os nobres galegos, os Peres de Trava, aliados de sua mãe, D. Teresa, na batalha de São Mamede em 1128. Foi apenas em 1179 que o Papa Alexandre III reconheceu Portugal como um Estado independente, o que na época era fundamental para a aceitação do reino no mundo cristão. D. Sancho I sucedeu a D. Afonso I, seu pai. À semelhança do anterior continuou o processo de Reconquista da Península Ibérica sob domínio mouro. A D. Sancho I sucedeu D. Afonso II, seu filho. Em 1223 o seu filho D. Sancho II sucedeu-lhe. O reinado deste não durou muito tempo e em 1248 seu irmão subiu ao trono, D. Afonso III. Foi ele que terminou com a presença muçulmana em Portugal, re-adaptando o título de Rei de Portugal e do Algarve. Com as fronteiras do território definidas através do Tratado de Alcanizes (1297), D. Dinis, filho de Afonso III e herdeiro da coroa, começou um processo de exploração da terra do reino. Em 1325 sucedeu-lhe D. Afonso IV, cujo filho, D. Pedro I, protagonizou um dos episódios mais conhecidos da História de Portugal, que Luís de Camões incluiu n’Os Lusíadas, o amor de Pedro e Inês de Castro. Com a morte de D. Pedro I, o filho primogénito, D. Fernando subiu ao trono em 1367. Em 1383 sua filha, D. Beatriz, casou-se com João I de Castela, o que complicou a continuidade da dinastia. Em 1383, com a morte de D. Fernando, o reino entra em anarquia total, com a ameaça de anexação pelo reino de Castela. Após a eleição de D. João I como rei nas Cortes de Coimbra de 1385, considera-se iniciada uma nova dinastia, pela quebra na sucessão legítima, ainda que o novo soberano descendesse directamente do rei D. Pedro I. No ano de 1390 D. João I unificou o Reino de Portugal, por definitivo.


I DINASTIA PORTUGUESA DE BORGONHA
(Versejada)

Afonso Henriques, primeiro
rei-dos-reis, Conquistador,
reuniu Portus e Calle,
e Dom Sancho, seu herdeiro,
guerreiro, Povoador,
continuou Portugal.

Para exemplo crucial
face ao inimigo esconso
pondo seu pai em memória,
fecundo além do normal
Dom Sancho gerou Afonso,
o Gordo da lusa-história.

Vindo em linha sucessória
surge Dom Sancho-segundo,
o Capelo, régio e crente,
irmão do terço em glória,
também Afonso pró mundo,
o Bolonhês sapiente.

Segue avante a lusa-gente
sob um reinado feliz
que mais e mais se levanta
na gestão eficiente
do Lavrador Dom Dinis
casado com uma Santa.

Mais um Bravo se implanta,
el-rei Dom Afonso-quarto,
temido e assaz guerreiro,
pai do rei que nos encanta
em tempo curto mas farto,
Dom Pedro, o Justiceiro.

Enfim o rei derradeiro
da primeira-dinastia,
Dom Fernando, o «Formoso»,
de grandes males urdeiro
por ter dado em primazia
sua filha a rei maldoso.

António Torre da Guia
Porto – Portugal


Reis da Dinastia Afonsina

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Genealogia

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Sucessão Dinástica

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Precedido por
Condado Portucalense, pertencente ao Reino de Leão
1ª Dinastia da Monarquia Portuguesa
11391383
Sucedido por
(Interregno)
Dinastia de Avis

Dinastia de Borgonha em Leão, Castela e Galiza

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Dinastia de Borgonha (Leão, Castela e Galiza)
 
Dinastia de Borgonha
Afonso VII, o primeiro monarca da Casa de Borgonha em Leão e Castela.
Estado
Título
Origem
Fundador Afonso VII de Leão e Castela
Fundação 1111
Etnia Italiana
Atual soberano
Último soberano Pedro I de Castela
Dissolução 1369
Linhagem secundária
Dinastia de Trastâmara

Na inexistência de herdeiros masculinos do imperador Afonso VI de Leão e Castela, sucedeu-lhe no trono a sua filha Urraca I de Leão e Castela, que havia sido casada com Raimundo da Borgonha, descendente dos condes da Borgonha, entretanto falecido. Por essa via, cessara a varonia na Dinastia de Navarra (iniciada três quartos de século antes com a subida ao trono de Leão e Castela de Fernando I de Leão), e começava a dinastia de Borgonha em Leão e Castela com a subida ao trono do filho de ambos, Afonso Raimundes, que passaria à história como Afonso VII de Leão e Castela, o Imperador, rei da Galiza (1112–1157), e de Leão e de Castela (1126–1157).


Com a morte de Afonso VII (1157), os seus domínios são repartidos por dois dos seus filhos, Fernando, que recebe Leão e a Galiza, e Sancho, que fica com os reinos de Castela e Toledo. Por conseguinte, passam a reinar nos dois reinos agora separados dois ramos da mesma casa. Em 1230 procede-se à união definitiva das Coroas de Leão e de Castela, na pessoa de um bisneto de Afonso VII, Fernando III de Leão e Castela, o Santo.

A Dinastia de Borgonha continuaria a governar a Coroa de Castela agora unificada até 1369, data do assassínio do rei Pedro I pelo seu meio-irmão Henrique, Duque de Trastâmara. Tal como sucedeu em Portugal dezasseis anos mais tarde, a sucessão por um meio-irmão deu origem a uma quebra dinástica, iniciando-se assim a Dinastia de Trastâmara em Castela.



Reis Espanhóis da Dinastia de Borgonha

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Reis da Galiza

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Reis de Leão

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Reis de Castela

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Coroa de Leão e Castela

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Escudos de Armas

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Estes são os escudos de armas da Dinastia de Borgonha, de acordo com seus diferentes ramos:


Brasões da Dinastia de Borgonha
Duques de Borgonha
Borgonha-Montagu
Borgonha-Vienne
Borgonha de Portugal

Ver também

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