Rede Mulher

canal de televisão brasileiro

Rede Mulher foi uma rede de televisão comercial aberta do Brasil fundada em 8 de agosto de 1994. Mesmo sendo gerada a partir da cidade de Araraquara, na região central do estado de São Paulo, toda a sua programação era produzida nos estúdios da emissora na capital paulista. Desde a estreia do canal, marcava um IBOPE considerado baixo para os padrões televisivos, oscilando entre o zero e 0,5 ponto de audiência.

Rede Mulher
Rede Mulher de Televisão Ltda.
Rede Mulher
Tipo Rede de televisão comercial aberta
País Brasil
Fundação 8 de agosto de 1994
por Roberto Montoro
Extinção 27 de setembro de 2007
Pertence a Central Record de Comunicação
Proprietário Edir Macedo
Antigo proprietário
  • Roberto Montoro
  • Wagner Rodrigues
Presidente Alexandre Raposo
Cidade de origem Araraquara, SP
Sede Araraquara, SP
Estúdios Araraquara, SP
São Paulo, SP
Slogan Tudo o que você quer
Audiência 0,3 ponto (horário nobre)[1]
(através de medição feita em São Paulo)
Cobertura 21 estados do território brasileiro
Nome(s) anterior(es) TV Morada do Sol (1979-1994)

História

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Fundada por Roberto Montoro, a Rede Mulher foi fundada em 8 de agosto de 1994 devido ao sucesso da Rádio Mulher, estação paulista voltada para o género feminino, com programação de gastronomia, artesanato, lazer e saúde, entre outros lazeres dedicados a mulheres.[carece de fontes?] Na rádio mulher, uma de suas principais comunicadoras foi Hebe Camargo, que trabalhou na emissora de 1976 à 1980, quando ficou em um hiato de 4 anos fora da TV, após sair da TV Tupi e antes de ser contratada pela TV Bandeirantes. [2] Foi sucessora da extinta TV Morada do Sol, sediada na cidade de Araraquara no interior paulista. A criação do canal foi anunciada em julho do mesmo ano, com previsão de estreia para a primeira semana de agosto, tendo seu sinal atingindo cerca de cem municípios paulistas. Na época, o departamento financeiro do canal calculava que seriam gastos US$ 1 milhão no lançamento do canal. Operando em pequenos estúdios localizados no bairro da Granja Julieta, a Rede Mulher tinha a maior parte da sua programação exibida ao vivo, com programas como Com Sabor, com duração de mais de três horas, apresentando receitas. Além disso, alguns programas eram gerados a partir de Araraquara, como os boletins informativos, como A Mulher é Notícia, apresentado por Andreia Reis. O restante da programação era composto por filmes e séries.[3]

A emissora tinha pouca audiência no início, sendo ignorada por algumas faixas do público.[4] A partir de 1996, o canal abre o leque de programação, apresentando produções independentes de televendas, como o Shop Tour, bem como os "étnicos", como o Shalom Brasil e outros. Em abril de 1999, é anunciado que o bispo João Batista Ramos da Silva, então presidente da Rede Família, havia fechado contrato de compra do canal. A participação acionária da Rede Família seria de 50%.[5] Ao assumir oficialmente, em 1° de maio de 1999, a Igreja Universal do Reino de Deus retirou todos os programas que não se adequavam aos seus costumes: os primeiros programas cancelados foram os ligados à comunidade judaica, bem como foram demitidos os umbandistas que tinham quadros nos programas da emissora. O programa de Clodovil Hernandes, Clodovil, também foi cancelado. A programação da madrugada, entre 0h e 2h30, passou a ser ocupada por atrações da Rede Família.[6]

Pouco tempo depois da compra da emissora, Edir Macedo transferiu a sede da Rede Mulher para as antigas instalações da Rede Record, localizada na Avenida Miruna no bairro de Moema - desocupados desde que a emissora mudou-se para o bairro da Barra Funda, em 1995. A partir disso, começam os investimentos estruturais no canal. Em setembro de 2000, a Rede Mulher investiu US$ 500 mil na aquisição de um novo sistema de captação e finalização digital, reformou seus estúdios e lançou novos programas.[7] No começo de 2001, inaugurou seu departamento de jornalismo e criou novos telejornais.[8]

Em meados de dezembro de 2004, a Rede Mulher teve que responder um processo na 5ª Vara Cível Federal, por exibir programas da Igreja Universal do Reino de Deus que "demonizam religiões afro-brasileiras, como o candomblé e a umbanda" pelo fato das mesmas serem referidas com termos como "encosto", "demônios", "bruxaria" e "feitiçaria". A Rede Mulher afirmou que os "programas são de responsabilidade de quem os produz". A emissora foi acusada de racismo juntamente com a Rede Record.[9]

Apresentando um IBOPE relativamente baixo, o Grupo Record resolveu criar um canal de notícias "all news" 24 horas por dia, inspirado nas redes CNN, BandNews TV e Globo News intitulado Record News, entre o final de 2006 e o início de 2007. Com a alta penetração da Rede Mulher em centenas de municípios brasileiros, foi definido que a emissora daria lugar a nova, assim que esta fosse lançada.[10][11]

À meia-noite do dia 27 de setembro de 2007, a Rede Mulher saiu do ar após o programa Realidade Atual, quando foi substituída oficialmente pela Record News com a exibição de uma contagem regressiva para as 20h do dia 27 de setembro, quando a TV Record São Paulo completou 54 anos.[12] E assim, os profissionais da Rede Mulher foram, em sua maioria, demitidos.

Referências

  1. «Em seu début, Record News leva furo da Globonews, mas ibope sobe». Folha de S. Paulo. 27 de setembro de 2007. Consultado em 14 de setembro de 2016 
  2. Isabel Fomm de Vasconcellos. «Rede Mulher de TV, o começo e o fim». Site Isabel Vasconcellos. Consultado em 15 de abril de 2019 
  3. Antenore, Armando (27 de julho de 1994). «Rede Mulher começa a funcionar em agosto». Folha de S. Paulo. Consultado em 14 de setembro de 2016 
  4. Maron, Alexandre (18 de abril de 1999). «As criaturas do UHF». Folha de S. Paulo. Consultado em 14 de setembro de 2016 
  5. Decia, Patrícia (15 de abril de 1999). «TV de Edir Macedo compra Rede Mulher». Folha de S. Paulo. Consultado em 14 de setembro de 2016 
  6. Sordili, Aline; Decia, Patrícia (18 de abril de 1999). «Rede Família compra a Rede Mulher e entra na Grande SP». Folha de S. Paulo. Consultado em 14 de setembro de 2016 
  7. Croitor, Cláudia (3 de setembro de 2000). «Rede Mulher muda sua imagem e quer ir à rua». Folha de S. Paulo. Consultado em 14 de setembro de 2016 
  8. «Rede Mulher também aposta em informação». Folha de S. Paulo. 4 de março de 2001. Consultado em 14 de setembro de 2016 
  9. «Ação acusa Record e Rede Mulher de demonizar negros e religiões afros». Folha de S. Paulo. 16 de dezembro de 2004. Consultado em 14 de setembro de 2016 
  10. Castro, Daniel (28 de setembro de 2007). «Telessorteio via 0900 volta à TV domingo». Fundo Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Consultado em 21 de fevereiro de 2014 
  11. «Record News estreia na TV aberta na próxima semana». Portal Imprensa. 19 de setembro de 2007. Consultado em 9 de junho de 2016 
  12. Prizibisczki, Cristiane (28 de setembro de 2007). «"Em cinco anos pretendemos bater a Globo", diz Alexandre Raposo, presidente da TV Record». Fundo Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Consultado em 14 de setembro de 2016 

Ligações externas

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Precedido por
TV Morada do Sol
Canal 9 VHF de Araraquara
1994 - 2007
Sucedido por
Record News