Nepotismo
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Nepotismo (do latim nepos, sobrinho, neto, ou descendente) é o termo utilizado para designar o favorecimento de parentes (ou amigos próximos) em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos.
Originalmente a palavra aplicava-se exclusivamente ao âmbito das relações do papa com seus parentes (particularmente com o cardeal-sobrinho — (em latim: cardinalis nepos;[1] em italiano: cardinale nipote[2]), mas atualmente é utilizado como sinónimo da concessão de privilégios ou cargos a parentes, no funcionalismo público como no sector privado. Distingue-se do favoritismo simples, que não implica relações familiares com o favorecido.
Nepotismo ocorre quando, por exemplo, um funcionário é promovido por ter relações de parentesco com aquele que o promove, havendo pessoas mais qualificadas e mais merecedoras da promoção. Alguns biólogos sustentam que o nepotismo pode ser instintivo. Parentes próximos possuem genes compartilhados e protegê-los seria uma forma de garantir que os genes do próprio indivíduo tenham uma oportunidade a mais de sobreviver.
Um grande nepotista foi Napoleão Bonaparte. Em 1809, 3 de seus irmãos eram reis de países ocupados por seu exército.
No Brasil, a Carta de Caminha é lembrada como o primeiro caso de tentativa de nepotismo documentada no Brasil, embora esta constatação tenha sido refutada.[3] De acordo com a interpretação original, ao final da carta Caminha teria pedido ao rei um emprego ao seu genro.[4]
Devido a isto, a palavra pistolão, muito empregada no Brasil para referenciar um parente ou conhecido que obteve ganhos devido a nepotismo ou favoritismo, teve origem na palavra epístola (carta), devido à carta de apresentação supostamente feita pelo escrivão Pero Vaz de Caminha ao Rei D. Manuel I.[carece de fontes]
No dia 11 de Julho de 2019 o presidente Jair Bolsonaro disse que cogitava a indicação de seu filho Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.[5] Tal afirmação foi seguida de críticas sobre um possível caso de nepotismo, sendo comentada pelo ministro do STF, Marco Aurélio Melo: “Não tenho a menor dúvida (de que é nepotismo). Sob a minha ótica, não pode, é péssimo […]”,[6] no entanto essa discussão não está definida, sendo tema de discussões sobre o cargo de embaixador ser um cargo político ou não, argumento necessário para a inclusão do caso como nepotismo.[6] A suposta indicação foi reforçada pelo presidente no dia 16 de Julho,[7] mas até o momento não houve indicação formal.
Referências
- ↑ Cardinale, Hyginus Eugene. 1976. The Holy See and the International Order. Maclean-Hunter Press. p. 133.
- ↑ Burckhardt, Jacob, and Middlemore, Samuel George Chetwynd. 1892. The Civilisation of the Renaissance in Italy. Sonnenschein. p. 107.
- ↑ «A Certidão de Nascimento de um País - Senado.gov.br»
- ↑ O Globo - Sobre nepotismo
- ↑ «Bolsonaro diz que cogita nomear o filho Eduardo embaixador do Brasil nos EUA». G1. Consultado em 17 de julho de 2019
- ↑ a b «Bolsonaro nomear filho para embaixada pode ser enquadrado como nepotismo, diz Marco Aurélio - Política». Estadão. Consultado em 17 de julho de 2019
- ↑ «Bolsonaro diz que decisão está tomada: vai indicar filho para embaixada». G1. Consultado em 17 de julho de 2019