Museu Brasileiro de Rádio e Televisão
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Museu da TV (Museu da Televisão Brasileira) | |
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Entrada da sala principal do Museu da TV | |
Informações gerais | |
Tipo | Centro de Memória |
Inauguração | Ano de 1995 |
Diretor(a) | Elmo Francfort |
Página oficial | http://www.museudatv.com.br |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | São Paulo, SP |
Coordenadas | 23° 32′ 30″ S, 46° 40′ 52″ O |
Localização em mapa dinâmico |
O Museu da Televisão Brasileira (mais conhecido como Museu da TV, hoje denominado Museu da TV, Rádio & Cinema) esteve localizado, de 1995 a 2018, no bairro Sumaré, juntamente com a extinta associação PRÓ-TV, fazendo parte dessa entidade até 2021.[1] O museu foi fundado pela falecida atriz Vida Alves, a qual protagonizou o primeiro beijo da televisão brasileira,[2] como uma instituição privada sem fins lucrativos, tendo o intuito de resgatar a história e a memória da Televisão e do Rádio no Brasil.[3]
Sendo uma instituição sem fins lucrativos, a PRÓ-TV propiciou visitas ao Museu da TV e ao seu acervo, sendo essas guiadas e com agendamento prévio com a própria instituição.[4][5]
O Museu da TV, ainda na sua composição original, contou com o apoio da Associação Brasileira de Radiodifusores (ABRA) e da TV Cultura, dispondo de um espaço para reuniões, que ocorrem todos os meses, entre os associados, além de apresentar DVDs e livros sobre a memória televisiva para a venda.[1] Além disso, também aparece listado como um dos mais de 3 mil museus pertencentes ao Guia dos Museus Brasileiros, sendo esse elaborado pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM/ Ministério da Cultura)[6]. Na fase atual, suas instalações estão associadas as do Museu do Cinema Antônio Vittuzzo, no bairro paulistano do Cambuci, que hoje em conjunto compõem desde 19 de junho de 2021 o Museu da TV, Rádio & Cinema.
História
[editar | editar código-fonte]Vida Alves
[editar | editar código-fonte]A ideia para a criação do Museu, juntamente com a associação, surgiu através da atriz Vida Alves. Nascida em Itanhandu (MG) em 15 de abril de 1928, a atriz mudou-se para São Paulo ainda criança, com apenas 6 anos de idade. Estreou no mundo artístico quando pequena no programa radiofônico Clube do Papai Noel, da Rádio Difusora de São Paulo, imitando Carmen Miranda como cantora mirim.[7] Após passar por diversas redes, foi contratada pela Rádio Tupi por Walter Foster. Com o passar dos anos tornou-se uma celebridade renomada, protagonizando o primeiro beijo da televisão na telenovela "Sua Vida Me Pertence"(1951).[8] Vida decidiu retirar-se das telas com o falecimento de seu marido e, com o tempo, Vida centrou-se em iniciar um projeto dedicado a história da televisão no Brasil, a atual PRÓ-TV.[1]
Fundação do Museu
[editar | editar código-fonte]A principio, Vida Alves deu inicio ao projeto sozinha. Reformou sua residência, retirando diversos ambientes que lá estavam presentes, como uma área de piscina, uma sauna e uma sala de exercícios físicos, transformando-os em um salão.[9] Em 1995, juntamente com outros colegas, a Associação dos Pioneiros, atual PRÓ-TV, foi registrada e oficialmente fundada. A fundação iniciou-se como um um Museu e uma ONG sem fins-lucrativos, mas com o passar do tempo também tornou-se uma OSCIPs (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) podendo atuar juntamente ao governo.[10][11]
Na Internet tiveram incursão em 1998, em uma parceria com SCI/EQUIFAX. O portal saiu do ar e apenas em 2002, com a ideia de se instaurar um departamento próprio de Internet, criando-se o Museu da TV (ou Museu Virtual da Televisão Brasileira), administrado pelo radialista e pesquisador Elmo Francfort.[12], que desde 19 de junho de 2021 dirige o coletivo cultural gerado após o término da PRÓ-TV, cerne do Museu da TV, Rádio & Cinema.
Divergência entre colaboradores
[editar | editar código-fonte]Em 2008, o museu seria transferido para outra localidade, em um edifício histórico no centro de São Paulo, a Casa das Retortas, no Brás. O projeto de transferência de localização do museu contava com o apoio de duas instituições mantenedoras da PRÓ-TV, a Fundação Padre Anchieta / TV Cultura e a Rede Bandeirantes. Diante as negociações para a mudança de local, ambas instituições entraram em conflito, pois Paulo Markun, presidente da Fundação Padre Anchieta, pousou para um jornal renomado em frente a futura instalação do Museu. Essa atitude causou desconfiança por parte da Rede Bandeirantes, pois acreditaram que o museu terminar ficando administrado pela TV Cultura em resultado de suas atitudes durante as negociações. Assim, a Rede Bandeirantes decidiu negar adesão, e o projeto foi engavetado pelo prefeito da época, Kassab, pois desagradava à Band. O local terminou por abrigar o Museu da História de São Paulo.[13]
A Rede Bandeirantes continuou como uma das mantenedoras da PRÓ-TV, por dois anos, enquanto a Fundação Padre Anchieta foi mantenedora até 2018. O Museu da Televisão Brasileira continuou na residência de Vida Alves.[14]
Morte de Vida Alves e mudança para o Centro
[editar | editar código-fonte]Em janeiro de 2017, morreu a presidente emérita e fundadora Vida Alves deixando a Pró-TV em luto.[15] [16]Em 2018 a entidade se transferiu para a Rua 7 de Abril no Centro de São Paulo próximo ao antigo prédio dos Diários Associados.A antiga sede da PRÓ-TV no Sumaré, após ficar para a família de Vida Alves, foi vendida para particulares.
Difusão
[editar | editar código-fonte]Sendo ligada, como também, ministrada pela associação PRÓ-TV, eram realizados, juntamente com colaboradores e parceiros, diversos eventos com o intuito de preservar a memória da televisão no Brasil. Dentre os eventos realizados, estão “Marcos da TV Brasileira” (em associação com a Secretaria de Estado da Cultura), “Televisão Brasileira: Primeiros Tempos” (juntamente com a Faculdade Cásper Líbero, ESPM e o Governo do Estado de São Paulo),[17] a mostra “50 Anos de TV”,[18] o evento do "Dia Nacional da TV", em comemoração ao aniversário de 66 anos da televisão no Brasil, sendo sediado na Faculdade Cásper Líbero,[19] como também empréstimos de objetos do acervo do museu para a exposição "Silvio Santos vem aí".[20] e a exposição "Seja Digital", pelo projeto de implantação total da TV digital no Brasil e desligamento do sinal analógico no país, em 2017.
Novos rumos
[editar | editar código-fonte]Fase transitória
[editar | editar código-fonte]Thais Alves, filha de Vida Alves, esteve na presidência de 2017 a 2021. Nesse período disse à imprensa que, além de preservar a história e o acervo do museu, pretendia ministrar cursos, organizar fóruns de debates e palestras, para expansão da associação.[21] Porém, a pandemia do covid-19 e o afastamento dos associados, por conta do isolamento social, fez com a PRÓ-TV fosse atingida pela forte crise que abalou o país, desde março de 2020. As atividades foram encerradas em Assembleia da entidade em 19 de junho de 2021.
A criação do Museu da TV, Rádio & Cinema
[editar | editar código-fonte]A diretoria da PRÓ-TV no início de 2001, recorreu a Elmo Francfort, antigo colaborador e então coordenador do Memória ABERT - Associação das Emissoras de Rádio e Televisão, que propôs uma saída para continuação do legado da associação sem-fins lucrativos. Ele foi criador do site do Museu da TV, no início dos anos 2000, sendo grande colaborador da presidência da PRÓ-TV de 2001 a 2018, atuando não apenas na direção, como também como assessor da presidência e Gerente de Conteúdo, contando das parcerias da entidade com as emissoras e empresas. Se unindo ao Museu do Cinema, criado pelo antigo diretor da PRÓ-TV, o falecido Antônio Vittuzzo (a entidade foi criada nos anos 1970, no bairro do Cambuci), reuniu os acervos das entidades sob o nome Museu da TV, Rádio & Cinema, a partir de junho de 2021, em forma de coletivo cultural. Conforme noticiado por Flávio Ricco, no R7, "A Pró-TV vai fechar e no lugar dela está surgindo o Museu da TV, Rádio & Cinema, sob a direção de Elmo Francfort. As mudanças serão anunciadas no decorrer dos próximos dias. Agora são mais de 100 mil peças e uma bandeira maior para se defender".[22]
A decisão, após a doação do acervo original da PRÓ-TV, foi a constituição de um coletivo cultural, utilizando as mídias digitais anteriormente pertencentes à associação. Muitos colaboradores da antiga entidade, acompanharam Elmo Francfort na nova constituição como coletivo, para continuar a defender a causa de preservação da memória da TV, rádio e cinema, porém, o diretor ressaltou [23] que o ressurgimento enquanto órgão museológico só se dará após negociações com os veículos e empresas do setor de radiodifusão e audiovisual, para que com planejamento surja devidamente o Museu da TV, Rádio & Cinema, de modo que evite problemas de comunicação e interesses não-comuns a todos os profissionais e entidades representadas pela entidade.
Todas as atividades do coletivo continuarão a ser voltadas à preservação do rico acervo da entidade, agora localizada na Avenida Lins de Vasconcellos, no Cambuci, com visitação sob agendamento, priorizando a digitalização do acervo e a proximidade junto ao público, por meio das mídias digitais, como portal do Museu da TV, Rádio & Cinema[24] e suas redes sociais.
Acervo
[editar | editar código-fonte]O museu contém um vasto acervo de informações e conteúdos sobre a história da televisão brasileira,[25] todos doados por atores e profissionais da área,[26] possuindo mais de 12 mil fotos e praticamente 100 mil itens, como vídeos, equipamentos, roteiros e publicações impressas.[27] No local, estão disponibilizados:
- Mais de 12.000 imagens. As imagens presentes são diversas, com fotos de eventos e atores importantes para o ramo da televisão e atuação brasileira.[28]
- Acervo de figurinos. Sendo esses exibidos no 2º andar do museu. Entre os figurinos exibidos, encontram-se mais de cinquenta figurinos originais, dentre eles figurinos de "Capitão 7" e de "Sangue do meu Sangue", o primeiro chapéu do mendigo da “Praça da Alegria”[29] e peças do figuro utilizado por Vida Alves na novela "Sua Vida Me Pertence" (1951).[30]
- Coleção de revistas históricas sobre atores e atrizes. Também exibidos no parte superior do museu.[31]
- Diversas câmeras históricas. No acervo, encontra-se a câmera da primeira exibição televisiva brasileira, a TK-30 da RCA, utilizada na inauguração televisiva da TV TUPI.[32]
- Diversas televisões históricas. No museu, situa-se o primeiro televisor portátil do Brasil.[33]
- Troféus da Premiação Roquette Pinto, a mais antiga premiação da TV brasileira.[32]
Uma outra parte do acervo reunido se encontrava na Cidade da TV, uma exposição realizada na Cidade da Criança, em São Bernardo do Campo, até 2017.[34]
Galeria
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Acervo áudio-visual do museu
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Painel sobre Assis Chateaubriand
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Exposição 60 anos da telenovela brasileira
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Área externa do museu
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Aparelhos históricos expostos no museu
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Primeira câmera da televisão brasileira
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"Máquina Royal" década de 1960
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Primeira câmera da TV RECORD
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Curiosidade sobre a assinatura sonora da TV Globo
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c Sampaio, Leandro. «Museu da TV». www.cidadedesaopaulo.com. Consultado em 25 de maio de 2017
- ↑ «Vida Alves, atriz do 1º beijo e do 1º beijo gay da TV brasileira, morre aos 88 anos». G1
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- ↑ «Museu da Televisão Brasileira | Da Redação | VEJA SÃO PAULO». VEJA SÃO PAULO. 22 de abril de 2015
- ↑ «Visitação | Pró-TV». www.museudatv.com.br. Consultado em 25 de maio de 2017
- ↑ «Guia dos Museus Brasileiros». Portal do Instituto Brasileiro de Museus. Consultado em 14 de junho de 2017
- ↑ «Morreu Vida Alves, pioneira da televisão | por Diego Nunes». seguinte.inf.br. Consultado em 25 de maio de 2017
- ↑ «'Tenho orgulho', diz atriz de primeiros beijos hétero e gay da TV no Brasil». Pop & Arte. 1 de fevereiro de 2014
- ↑ Almada, Raquel (Agosto de 2010). «No ar, a televisão brasileira.». Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo - PUC-SP. Consultado em 25 de maio de 2017
- ↑ «O que é OSCIP». alfabrasil.org.br. Consultado em 25 de maio de 2017
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- ↑ «A Cidade da TV do Brasil já é realidade – Caros Ouvintes». www2.carosouvintes.org.br. Consultado em 14 de junho de 2017
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- ↑ «Comunicação com líderes e empregados» (PDF). Faculdade Cásper Líbero. Consultado em 25 de maio de 2017
- ↑ «Vida Alves: veja repercussão da morte da atriz do 1º beijo da TV no Brasil». G1
- ↑ «Vida Alves (1928-2017): Mortes: Uma vida de dedicação à televisão brasileira». Folha de S.Paulo
- ↑ «MUSEU DA TV, 20 Anos de Memória da Televisão Brasileira | Wagner Woelke». wagnerwoelke.com.br. Consultado em 13 de junho de 2017
- ↑ «O show da técnica - ISTOÉ Independente». ISTOÉ Independente. 24 de novembro de 2000
- ↑ Carmo, Andre Dominguez do (17 de setembro de 2016). «Dia Nacional da TV na Cásper». Faculdade Cásper Líbero
- ↑ «Silvio Santos vem aí! - MIS - Museu da Imagem e do Som - Agenda Cultural | INFOARTsp». www.infoartsp.com.br. Consultado em 13 de junho de 2017
- ↑ «» Entrevista: Portugueses na Teledramaturgia Brasileira». www.mundolusiada.com.br. Consultado em 13 de junho de 2017
- ↑ «Sony Pictures deseja produzir novelas curtas no Brasil». R7.com. 21 de junho de 2021. Consultado em 7 de julho de 2021
- ↑ «Institucional». Museu da TV, Rádio & Cinema. Consultado em 7 de julho de 2021
- ↑ «Museu da TV, Rádio e Cinema». Museu da TV, Rádio & Cinema. Consultado em 7 de julho de 2021
- ↑ «Na tela da memória: as imagens do golpe militar de 1964 no Telejornal "O Seu Repórter Esso" da TV Tupi de São Paulo» (PDF)
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- ↑ «O segredo por trás das câmeras. Conheça o Museu da TV». Projeto São Paulo City. 8 de agosto de 2016
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- ↑ «Com fotos e televisores antigos, museu preserva a história da televisão». Folha de S.Paulo
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