Godzilla

5% da duração são tomadas de Godzilla. As de longe, onde está inserida num ambiente mais amplo, são atmosféricas e de suspense. As de perto são ridículos, especialmente no primeiro terço em que Godzilla parece completamente diferente das tomadas posteriores. Isto está ainda muito longe de Godzilla digital de Hollywood. É como se os japoneses não se quisessem afastar do modelo de cartão tradicional, que não tem expressões faciais e só pode abrir a boca e cuspir fogo ou lasers. Os restantes 95% da duração são conversas de novas e novas personagens de políticos, soldados e cientistas que descobrem a identidade do monstro e mais tarde lidam com a sua eliminação. As conversações estão em corte rápido, tentando mostrar o mais realisticamente possível como seria lidar com a situação. Esta maioria do filme é surpreendentemente divertida (guilty pleasure) e desperta curiosidade. Com um grande orçamento e uma grande ambição de filme. (05/05/2017)

A nova abordagem dos japoneses em relação ao seu monstro mais famoso não é certamente promissora. As cenas de ação com Godzilla são grandes, e não são poucas, mas mesmo assim a grande maioria do filme é retomada por vários debates de especialistas, cientistas e políticos que lidam com estratégia de luta, evacuação de cidades, eleições de novos primeiros-ministros e assim por diante - quase como se os cineastas tentassem um realismo processual. Mas, ao mesmo tempo, estas sequências de diálogo são extremamente condensadas, resultando em caos, agravado pelo facto de o filme também não ser muito bem dirigido e ainda pior editado. Em termos de edição, é realmente pura incapacidade, o mesmo é o trabalho da câmara e da dramaturgia. Durante todo o tempo tinha a sensação como se o dirigisse, Tomáš Magnusek, mas tivesse à sua disposição os efeitos da UPP. (21/04/2017)

A reserved procedural satire on (not only) the Japanese bureaucracy and the government's inability to respond dynamically to the devastating "nuclear" earthquake of 2011. Yes, you understand that this is not guilty pleasure monster film like the later (I mean, actually earlier) Godzilla (which on the one hand is a pity, that´s for sure), but entirely following legacy of Honda's original film full of post-war nuclear trauma. This version, in addition, is enriched by the role of today's Japan towards itself and the rest of the world. This is done using dozens of talking heads or zero direct connection of passages with Godzilla. In any case, most of the time-consuming "meeting" segments are fantastic, because in addition to the satirical and "reflecting" mode, they also serve as a believable mediation, as it would (not) have worked at the highest executive level during the national crisis. And the rest of the footage is packed with catastrophic passages with "Godzilla, King of the Monsters!" having a destructive walk through Japan, which masterfully combine total destruction, magnificent design giving tribute to the original, imaginative (and damn impressive) shooting and congenial Sagisui/Ifukube´s music. "Restart" of Japanese Godzilla is by no means for everyone and not even remotely for every uncritical fan of the monster king. With an untraditionally chosen concept and adaptation, it explicitly calls for contradictory acceptance. And that´s exactly what it deserved and what it got. Anyway, it's at least interesting and hardly about who ever says "a mediocre disaster movie that blew out of my head with the final credentials start", because whether you condemn it for those bold decisions or on the other hand fall in love with it, the movie will affect you and leave you with a specific opinion about it. And what other high-budget blockbuster is recently capable of doing this? Howgh. (01/08/2017)

Shin Godzilla is still a good film for me, and I'm curious about how the Japanese will continue in the legendary series. There's an animated version in the works, so we'll see what happens. This is a path that could be taken, but it could also be a completely new restart, a new concept, even more political and ecological, which perhaps in recent years has somewhat faded from the Godzilla series - mainly due to the American approach. I hope this isn't the end of it. The series has a lot to offer in terms of special effects. (13/02/2017)