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Economia da Alemanha

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Economia da Alemanha
Economia da Alemanha
Frankfurt am Main, capital financeira da Alemanha.
Moeda Euro
Ano fiscal ano calendário
Blocos comerciais OMC, União Europeia, OCDE
Banco Central Deutsche Bundesbank
Estatísticas
Bolsa de valores Bolsa de Valores de Frankfurt
PIB
  • Aumento $3,951 trilhões (nominal; 2018)[1]
  • Aumento $4,343 trilhões (PPC; 2018)[1]
Variação do PIB
  • 2,2% (2016) 2,5% (2017)
  • 1,5% (2018) 0,5% (2019e)[1]
PIB per capita
  • Aumento $47,662 (nominal; 2018)[1]
  • Aumento $52,386 (PPC; 2018)[1]
PIB por setor Agricultura 0,6%, indústria 30,1%, comércio e serviços 69,3% (2017)
Inflação (IPC)
  • 1,486% (2019 est.)[1]
  • 1,927% (2018)[1]
  • 1,711% (2017)[1]
População
abaixo da linha de pobreza
16,7% (2017)
Coeficiente de Gini 29,5 (2016)
Força de trabalho total Aumento 41,99 milhões (2019)
Força de trabalho
por ocupação
Agricultura 1,4%, indústria 24,2%, comércio e serviços 74,3% (2016)
Desemprego 3,1% (2019)[2]
Principais indústrias É um dos países mais avançados tecnologicamente na fabricação de produtos de ferro e aço, carvão, cimento, produtos químicos, máquinas diversas, veículos, máquinas-ferramenta, eletrônicos, alimentos e bebidas, construção naval, têxteis
Exterior
Exportações $1,401 trilhões (2017)[3]
Produtos exportados Veículos automotivos, máquinas, produtos químicos, produtos eletrônicos e de informática, equipamentos elétricos, produtos farmacêuticos, metais, equipamentos de transporte, alimentos, têxteis, produtos de borracha e plástico
Principais parceiros de exportação
Importações $1,104 trilhões (2017)[3]
Produtos importados Máquinas, equipamentos de processamento de dados, veículos, produtos químicos, petróleo e gás, metais, equipamentos elétricos, produtos farmacêuticos, alimentos, produtos agrícolas
Principais parceiros de importação
Dívida externa bruta $5,084 trilhões (31 de março de 2017)[6]
Finanças públicas
Dívida pública 60,9% do PIB (2018)[7]
Receitas $1,665 trilhões (2017)[3]
Despesas $1,619 trilhões (2017)[3]
Fonte principal: [[8] The World Factbook]
Salvo indicação contrária, os valores estão em US$

A economia da Alemanha é a economia mais importante da Europa e é a quarta potência econômica mundial depois dos Estados Unidos, China e Japão. É uma economia de mercado na qual a seguridade social tem um peso muito grande na economia, tendo os alemães direitos sociais muito extensos. O país passou por grandes reformas de livre comércio antigamente, deixando de ser o "homem doente da Europa" para ser a maior e mais robusta economia do bloco europeu na atualidade. A reunificação teve um impacto significativo no crescimento da parte ocidental do país, com grandes quantidades de dinheiro sendo usadas para financiar a reestruturação da porção Oriental.

As indústrias metalúrgicas e químicas têm um significante papel na economia da Alemanha, enquanto na agricultura, a média propriedade familiar, altamente mecanizada predomina. A cidade de Frankfurt é o principal centro financeiro da Alemanha e da União Europeia, onde está localizado o Banco Central Europeu e a Bolsa de Valores de Frankfurt. As indústrias e as empresas do setor terciário da Alemanha são bem dispersas pelo país, o que provoca grande tráfego aéreo e rodoferroviário.

O país é o sexto no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial.[9]

História monetária

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Apesar da capital Berlim deter o título de cidade mais importante da Alemanha, Frankfurt (foto) é, sem dúvidas, a capital financeira do país, sediando, inclusive, o Banco Central Europeu.

O atual poder da economia alemã começou no século XVIII, mas ele só se solidificou a partir de 1870 com a vitória da Prússia na Guerra franco-prussiana, fazendo do Império Alemão um dos principais da economia mundial.

Posteriormente, com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha passou por um período de grave crise econômica que logo foi superado na época da Alemanha Nazista onde foi efetuada uma abertura econômica para o Ocidente.[10][11] Após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha enfrentava outra crise.

A partir desse ponto, a Alemanha Ocidental iniciou uma visível recuperação que lhe tem permitido manter seu papel de importância na economia mundial e lhe permitiu também reunificar-se com a Alemanha Oriental. A crise de hiperinflação no início do Século XX mostrou a relevância da economia do país mesmo em sua pior crise, pois afetou também a economia internacional, inclusive a Economia dos Estados Unidos na época.[12]

A Alemanha se manteve em 2004 como principal país exportador, à frente do Estados Unidos. As exportações cresceram 10% e alcançaram um volume de 728 bilhões * de euros. O superávit da balança comercial alcançará este ano um nível recorde de 156 bilhões de euros.

A economia alemã é a maior e mais influente em termos financeiros dos doze países que compõem a zona do euro, e da União Europeia em geral, uma vez que seu poder de compra está estimado de 2,9 trilhões de dólares (o maior da Europa, e o quinto mais avançado do mundo), segundo dados de 2010. É seguida pelo Reino Unido (que não pertence à Zona do Euro, porém é o segundo país mais rico do continente), com 2,2 trilhões de dólares, e pela França, em terceiro, com 2,1 trilhões de dólares;

O porto mais próspero da Europa é o de Hamburgo que, segundo algumas estimativas, ultrapassará o porto de Roterdã nos Países Baixos, como o de maior movimento no continente.

A moeda anterior da Alemanha era o marco alemão; desde 1 de Janeiro de 2002 é o euro, cujo banco emissor, o Banco Central Europeu tem sua sede na cidade alemã de Frankfurt am Main.

Comércio exterior

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Porto de Hamburgo, o mais importante da Alemanha.

Em 2020, o país foi o 3º maior exportador do mundo (US $ 1,48 trilhões em mercadorias, 7,9% do total mundial). Considerando bens e serviços exportados, as exportações foram de US $ 1,81 trilhões.[13][14] Já nas importações, em 2019, foi o 3º maior importador do mundo: US $ 1,23 trilhões.[15]

Setor primário

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Colheita de beterraba em Rheinhausen.
Cultivo de batata em Hellschen-Heringsand-Unterschaar.
Plantio de colza em Hochsträß.
Cultivo de morango na Alemanha.

A Alemanha produziu, em 2018:

  • 26,1 milhões de toneladas de beterraba (4º maior produtor do mundo), que serve para produzir açúcar e etanol;
  • 20,2 milhões de toneladas de trigo (10º maior produtor do mundo);
  • 9,5 milhões de toneladas de cevada (3º maior produtor do mundo, somente atrás de Rússia e França);
  • 8,9 milhões de toneladas de batata (7º maior produtor do mundo);
  • 3,6 milhões de toneladas de colza (6º maior produtor do mundo);
  • 3,3 milhões de toneladas de milho;
  • 2,2 milhões de toneladas de centeio (maior produtor do mundo);
  • 1,9 milhão de toneladas de triticale (2º maior produtor do mundo);
  • 1,4 milhão de toneladas de uva (16º maior produtor do mundo);
  • 1,2 milhão de toneladas de maçã (12º maior produtor do mundo);
  • 625 mil toneladas de cenoura;
  • 604 mil toneladas de repolho;
  • 577 mil toneladas de aveia;
  • 503 mil toneladas de cebola;
  • 267 mil toneladas de pepino;
  • 227 mil toneladas de alface e chicória;
  • 221 mil toneladas de ervilha;
  • 160 mil toneladas de feijão;
  • 141 mil toneladas de morango;
  • 133 mil toneladas de aspargo;
  • 126 mil toneladas de couve-flor e brócolis;
  • 103 mil toneladas de tomate;
  • 73 mil toneladas de cogumelo e trufa;
  • 70 mil toneladas de ameixa;
  • 66 mil toneladas de espinafre;
  • 58 mil toneladas de soja;
  • 47 mil toneladas de pera;
  • 44 mil toneladas de cereja;
  • 41 mil toneladas de lúpulo;
  • 22 mil toneladas de tremoço;
  • 16 mil toneladas de groselha;
  • 12 mil toneladas de mirtilo;
  • 6,8 mil toneladas de framboesa;

Além de outras produções de outros produtos agrícolas.[16]

Criação suína alemã

Na pecuária, a Alemanha foi, em 2019, o 3º maior produtor mundial de carne suína, com uma produção de 5,2 milhões de toneladas; o 4º maior produtor mundial de leite de vaca, com uma produção de 33 bilhões de litros; o 11º maior produtor mundial de carne bovina, com uma produção de 1,1 milhões de toneladas; o 29º maior produtor mundial de carne de frango, com uma produção de 1 milhões de toneladas, entre outros.[17]

Setor secundário

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Fábrica de cerveja na Bavária.

O Banco Mundial lista os principais países produtores a cada ano, com base no valor total da produção. Pela lista de 2019, a Alemanha tinha a 4ª indústria mais valiosa do mundo (US $ 737,9 bilhões).[18]

Em 2019, a Alemanha era o 4ª maior produtora de veículos do mundo (4,6 milhões) e a 7ª maior produtora de aço (39,7 milhões de toneladas).[19][20][21] A Alemanha é também um dos 10 maiores produtores mundiais de vinho (foi o 8º maior produtor mundial em 2018).[22] Em 2018 também foi o 5º maior produtor mundial de cerveja (à base de cevada).[23] Em 2016 foi o país do mundo que mais faturou com exportação de chocolate - apesar do país não produzir cacau.[24]

Dentre as maiores empresas negociadas na bolsa, em relação ao faturamento, o Fortune Global 500, 37 companhias estão sediadas na Alemanha. As dez maiores são Daimler, Volkswagen, Allianz (a empresa mais lucrativa), Siemens, Deutsche Bank (2ª mais lucrativa), E.ON, Deutsche Post, Deutsche Telekom, Metro e BASF.[25] As maiores empregadoras são a Deutsche Post, a Robert Bosch e a Edeka.[26] Outras grandes empresas de capital alemão são Adidas, Puma AG, Audi, Bayer, BMW, Deutsche Bahn, Henkel, Lufthansa, MAN, Nivea, Porsche, SAP AG, Schering, ThyssenKrupp, Volkswagen, Wella, entre outras, que demonstram a força econômica alemã nos mais diversos segmentos de mercado.

Mineração de lignito (carvão) em Grevenbroich.

A Alemanha não tem uma grande produção mineral, porém, em 2019, o país era o 3º maior produtor mundial de selênio,[27] o 5º maior produtor mundial de potash (um mineral que contém potássio e é usado como fertilizante),[28] o 5º maior produtor mundial de boro,[29] o 17º maior produtor mundial de grafite,[30] o 18º maior produtor mundial de enxofre,[31] além de ser o 4º maior produtor mundial de sal.[32]

A Alemanha, embora tenha baixa irradiação solar, investe pesadamente nas energias renováveis devdio à imensa necessidade energética promovida por sua alta industrialização

Nas energias não-renováveis, em 2020, o país era o 57º maior produtor de petróleo do mundo, extraindo 37 mil barris/dia.[33] Em 2019, o país consumia 2,28 milhões de barris/dia (10º maior consumidor do mundo).[34][35] O país foi o 6º maior importador de petróleo do mundo em 2018 (1,83 milhões de barris/dia).[33] Em 2016, a Alemanha era a 43º maior produtora mundial de gás natural, 8,5 bilhões de m³ ao ano.[36] Em 2010 a Alemanha era a 2ª maior importadora de gás do mundo (99,6 bilhões de m³ ao ano), principalmente da Rússia.[37] Na produção de carvão, o país foi o 8º maior do mundo em 2018: 175,1 milhões de toneladas.[38] Apesar disso, o país também é o 6º maior importador de carvão do mundo: em 2018, foram 44 milhões de toneladas.[39][40][41] Em 2019, a Alemanha também possuía 6 usinas atômicas em seu território, com uma potência instalada de 8,1 GW.[42]

Nas energias renováveis, em 2020, a Alemanha era o 3º maior produtor de energia eólica do mundo, com 62,1 GW de potência instalada, e o 4º maior produtor de energia solar do mundo, com 53,7 GW de potência instalada;[43]

Em 2002 a Alemanha foi o quinto maior consumidor do mundo de energia, e dois terços de sua energia primária foi importada. No mesmo ano, a Alemanha foi o maior consumidor de eletricidade da Europa com um total de 512,9 bilhões * de quilowatts-hora.

A política governamental enfatiza a conservação e o desenvolvimento de fontes de energia renovável, como a solar, vento, biomassa, hidráulica, e geotérmica. Como resultado das medidas de economia de energia, a eficiência energética (a quantidade de energia necessária para produzir uma unidade do produto interno bruto) vem melhorando desde o início das medidas nos anos 1970. O governo já definiu o objetivo de satisfazer metade da demanda energética do país a partir de fontes renováveis até 2050. Em 2000, o governo e a indústria nuclear alemã concordou em desativar gradualmente todos as usinas nucleares até 2021.[44] No entanto, as energias renováveis estão desempenhando um papel mais modesto do consumo de energia. Em 2006 o consumo energético foi cumprida pelas seguintes fontes: petróleo (35,7%), carvão, incluindo lignito (23,9%), gás natural (22,8%), nuclear (12,6%), energia hidráulica e eólica (1,3%) e outros (3,7%).

Setor terciário

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A locomotiva do ICE 3.

Desde os anos de 1930 iniciara-se na Alemanha a construção da primeira rede de autoestradas em grande escala. O país dispõe de 12.174 km de autoestradas (Autobahn) e de 40.969 km de estradas federais (Bundestraßen), o que faz da Alemanha o país com a terceira maior densidade de estradas por veículos do mundo. A totalidade de autoestradas do país são gratuitas para veículos particulares. Desde 2005, os caminhões de carga pagam pedágio (portagem) descontado automaticamente via satélite.

A Alemanha é líder mundial na construção de canais. Este tipo de construção milenário foi reimpulsionado a partir do século XIX. O "Canal de Kiel", que une o mar do Norte com o mar Báltico, é um dos mais imponentes. Inúmeros canais fluviais, como o "canal Meno-Danúbio" (Main-Donau Kanal), o "Canal Dortmund-Ems" e o "Canal Elba-Seitenkanal", dão ao país uma completa rede de canais de água.

Bavária, área turística alemã.
A capital Berlim recebe muitos turistas.

Em 2018, a Alemanha foi o 8º país mais visitado do mundo, com 38,8 milhões de turistas internacionais. As receitas do turismo, neste ano, foram de US $ 42,9 bilhões.[45]

Ligações externas

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Referências

  1. a b c d e f g h «World Economic Outlook Database, October 2019». IMF.org. International Monetary Fund. Consultado em 15 de outubro de 2019 
  2. «October 2019: number of persons in employment up 0.7% year on year». destatis.de. Federal Statistical Office of Germany. Consultado em 29 de novembro de 2019 
  3. a b c d e f «Europe :: Germany». The World Factbook. Central Intelligence Agency. Consultado em 15 de junho de 2019 
  4. «Export Partners of Germany». The Observatory of Economic Complexity. Consultado em 13 de junho de 2022 
  5. «Import Partners of Germany». The Observatory of Economic Complexity. Consultado em 13 de junho de 2022 
  6. «Deutsche Bundesbank» (PDF). Consultado em 9 de julho de 2017. Cópia arquivada (PDF) em 28 de abril de 2018 
  7. «Germany Government Debt: % of GDP». CEIC Data - UK. 2018. Consultado em 4 de agosto de 2018 
  8. CIA. «The World Factbook». Consultado em 3 de abril de 2013 
  9. The Global Competitiveness Index 2011-2012 rankings
  10. «Did Standard Oil Supply Nazi Germany in WW II.». www.marvale.co. Consultado em 18 de novembro de 2019 
  11. «How the Allied multinationals supplied Nazi Germany throughout World War II». libcom.org (em inglês). Consultado em 18 de novembro de 2019 
  12. Nicole Gnesotto – “L’Europe Armée” [A Europa Armada] – Institut Jacques Delors, Paris, Dezembro 2013.
  13. Trade Map - List of exporters for the selected product in 2018 (All products)
  14. Market Intelligence: Disclosing emerging opportunities and hidden risks
  15. «International Trade Statistics». International Trade Centre. Consultado em 25 de agosto de 2020 
  16. Germany production in 2018, by FAO
  17. Produção da pecuária da Alemanha em 2019, pela FAO
  18. Fabricação, valor agregado (US $ corrente)
  19. World vehicle production in 2019
  20. World crude steel production
  21. Global crude steel output increases by 3.4% in 2019
  22. Major Wine Producers
  23. Beer of barley production by FAO
  24. Trade Map - List of exporters for the selected product (Chocolate and other food preparations containing cocoa)
  25. Global 500 Germany, CNN Money, Acesso em 26/11/2007.
  26. Global 500 Biggest Employers, CNN Money, Acessado em 26/11/2007.
  27. USGS Selenium Production Statistics
  28. USGS Potash Production Statistics
  29. USGS Boron Production Statistics
  30. USGS Graphite Production Statistics
  31. USGS Sulfur Production Statistics
  32. USGS Salt Production Statistics
  33. a b Annual petroleum and other liquids production
  34. Statistical Review of World Energy, June 2020
  35. The World Factbook — Central Intelligence Agency
  36. CIA. The World Factbook. Natural gas - production.
  37. CIA Gas imports
  38. Statistical Review of World Energy 2018
  39. Primary Coal Imports
  40. Energy Statistical annual Reports
  41. Primary Coal Exports
  42. Nuclear Share of Electricity Generation in 2019
  43. RENEWABLE CAPACITY STATISTICS 2021
  44. Alemanha dividida sobre a energia verde, BBC, Acesso em 13 de abril de 2007
  45. Destaques do turismo internacional