Larbi Benbarek
Informações pessoais | ||
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Nome completo | Haj Abdelkader Larbi Ben M'barek | |
Data de nasc. | 16 de Junho de 1914 | |
Local de nasc. | Casablanca, Marrocos Francês | |
Morto em | 16 de setembro de 1992 (78 anos) | |
Local da morte | Casablanca, Marrocos | |
Informações profissionais | ||
Posição | Meio-campo | |
Clubes de juventude | ||
1928–1930 | El Ouatane de Casablanca | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos (golos) |
1930–1934 1934–1938 1938–1939 1939–1945 1945–1948 1948–1953 1953–1955 1955–1956 |
Idéal Club Casablanca Marocaine Marseille Marocaine Stade Français Atlético de Madrid Marseille Medinat Bel-Abbès |
30 (10) 87 (43) 113 (56) 32 (13) |
Seleção nacional | ||
1938–1954 | França | 19 (3) |
Times/clubes que treinou | ||
1957 1960 |
Marrocos Marrocos |
Haj Abdelkader Larbi Ben M'barek, mais conhecido como Larbi Benbarek (Casablanca, 16 de Junho de 1914 –– Casablanca, 16 de Setembro de 1992), foi um futebolista que atuava como meio-campo e treinador marroquino que defendeu a Seleção Francesa de Futebol na época colonial de seu país.
Primeiro jogador a ganhar o apelido de La Perle Noir ("Pérola Negra", em uma tradução livre), Benbarek também foi o primeiro futebolista africano a ter sucesso no futebol europeu, principalmente em sua passagem pela Espanha.[1] Benbarek também foi condecorado com a Ordem de Mérito da FIFA, sendo a mais alta honraria adjudicada pela entidade.
Pelé, considerado o maior jogador da história, definiu Benbarek com a seguinte frase: “se eu sou o Rei do Futebol, Benbarek era o Deus”.[1]
Carreira
[editar | editar código-fonte]De ascendência senegalesa, nasceu e cresceu no Marrocos, à época ainda protetorado francês,[1] onde também começou sua carreira no futebol, primeiro defendendo o Idéal Club Casablanca, o qual chegou aos dezesseis anos, e posteriormente o Marocaine, chegando dois anos depois, o qual acabaria criando uma grande identificação, apesar de pouco expressivo no cenário marroquino.
Como Marrocos era colônia francesa, o Olympique de Marseille passou a "garimpar" jogadores no país, assim como nas demais colônias africanas pertencentes à França. Assim, Benbarek atravessou o Mediterrâneo em 1938, quando assinou com o clube de Marseille.[1] Logo em sua primeira temporada, o atacante marcou dez gols e ajudou o clube a ficar com o vice-campeonato francês. Foi quando seu nome se projetou, motivando a criação do apelido La Perle Noir.[1]
Sua primeira passagem na Europa, entretanto, seria interrompida em 1939 devido ao início da Segunda Guerra Mundial, retomando-a apenas após o fim do conflito, em 1945, quando passou a defender o Stade Français.[1] Durante o período de guerra, como não detinha plena nacionalidade francesa, não teve obrigação de defender o país na guerra, mas viu-se obrigado a se refugiar durante os combates, retornando ao Marrocos, onde passou a atuar novamente pelo Marocaine, o qual havia deixado no ano anterior para atuar no futebol europeu.[1]
Quando chegou ao futebol europeu para sua primeira passagem, também recebeu suas primeiras chances na Seleção Francesa, ainda no mesmo ano que chegara, em 1938.[1] As atuações pelo selecionado, entretanto, durariam apenas até o início do ano seguinte, quando teve o início da Segunda Guerra, e um breve retorno após o fim do conflito. Ao todo, até aquele momento, Benbarek defendera a seleção em dezoito partidas, tendo marcado três vezes. Benbarek ainda teve uma partida de despedida da seleção, em 1954, transformando-o no jogador com mais tempo servindo a seleção, com quinze anos entre sua primeira e última convocação.[1]
Após três temporadas bem-sucedidas no Stade Français, foi transferido para o Atlético de Madrid, o qual pagou dezessete milhões de francos para contratá-lo.[1] Na época, sua transferência teve significativo impacto, uma vez que a Espanha vivia a ditadura franquista e eram raras as contratações de estrangeiros, ainda mais um africano.[1]
Na Espanha, ganhou o apelido de "Pé de Deus",[1] e teve grande sucesso em sua passagem, principalmente após a chegada de Helenio Herrera, o qual fora seu treinador no Stade Français. Esteve presente em dois títulos espanhóis conquistados com Herrera no comando da equipe, nas temporadas 1949/50 e 1950/51 (os quais, juntamente com os dois títulos conquistados anteriormente pelo clube, o mesmo tornava-se, ao lado do Barcelona, no clube com maior número de conquistas no torneio, ficando à frente de seu rival Real Madrid).[1]
Deixou o clube 1953, próximo de completar 39 anos, retornando ao Marseille, onde ficou durante duas temporadas, quando deixou a Europa para retornar ao futebol africano, desta vez pelo Medinat Bel-Abbès, da Argélia, então também colônia francesa.[1] Deixou o clube em 1956, aposentando-se do futebol. No ano seguinte, entretanto, teve uma breve passagem no comando da Seleção Marroquina, se tornando o primeiro treinador da história desta, uma vez que o país conseguiu a independência da França pouco antes.[2] A passagem também se repetiria em 1960, mas também durando pouco tempo.[2]