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Richard Baxter

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Richard Baxter
Richard Baxter
Nascimento 12 de novembro de 1615
Rowton, Chester, Inglaterra
Morte 8 de dezembro de 1691 (76 anos)
Shropishire, Inglaterra
Nacionalidade Inglês
Cônjuge Charlton Baxter
Ocupação Pastor, Autor
Religião Protestante

Richard Baxter (Rowton - Chester, 12 de Novembro de 1615Shropshire, 8 de Dezembro de 1691) foi um líder puritano inglês, sacerdote, escritor, a quem Dean Stanley chamou "o chefe dos protestantes intelectuais da Inglaterra". Em A ética protestante e o espírito do Capitalismo, Max Weber chama ao texto "Christian Directory" de Baxter um "compêndio de teologia moral puritana". O seu escrito mais famoso é "O Descanso Eterno dos Santos" (The Saints' Everlasting Rest) de 1650.

Na doutrina da Predestinação, sua posição assemelhava-se à do francês Moise Amyraut (1596-1664). O termo "Baxterianismo" às vezes é entendido como um calvinismo moderado. No entanto, é uma formulação da economia de salvação do amiraldismo ao afirmar que Deus escolheu de fato apenas um limitado número de pessoas, mas não despreza ou rejeita ninguém, pois o sacrifício de Cristo alcança toda a humanidade. O Baxterianismo como uma elaboração teológica interliga os sistemas soteriológicos reformados, calvinismo e arminianismo, convocando-lhes ao diálogo mais próximo com vista não só a contemplar o atributo de soberania divina, mas, igualmente preservando incólumes seu amor e justiça.[1]

A casa de Richard Baxtere

Segundo Baxter, a morte de Cristo como ato de redenção universal (penal e vicária, mas não substitutiva) foi o modo que Deus fez uma nova lei oferecendo perdão e anistia ao penitente. Arrependimento e fé, sendo obediência a esta lei, são a justiça salvadora pessoal do crente.[1]

De todos os puritanos, Baxter foi o mais prolífico deles, tendo escrito 79 volumes, deixando assim um legado inestimável às futuras gerações. O que distinguia Baxter de todos os seus pares era a coragem no enfrentamento de temas difíceis da Escritura, conduzindo sua argumentação com muita perícia, serenidade e firmeza. Reputado como o maior pastor da tradição puritana, enfrentou críticas de muitos calvinistas em razão de sua soteriologia. É um ícone a ser lembrado, embora injustiçado sobretudo em razão de seu pioneirismo na disposição para navegar na contramão da maioria estabelecendo novos paradigmas teológicos. Baxter nutria certa aversão por Confissões e não escondia seu desprazer pelos esforços em exigir uniformidade confessional das igrejas privando-lhe da liberdade de investigar por si mesma a Palavra de Deus e de fazer livremente suas escolhas em matéria de fé.[1]

Notas biográficas

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Nasceu na casa do seu avô materno. Apesar de a família ter ancestrais nobres, o pai já não tinha um papel de destaque na sociedade. Inicialmente, a educação de Richard foi pobre, a cargo do sacerdócio local. Mas em breve a sua situação melhorou, com a ajuda de John Owen, mestre da escola livre de Wroxeter, onde ele estudou entre 1629 e 1632, e onde fez progressos no latim. A conselho de Owen ele não prosseguiu para Oxford (um passo de que ele depois se arrependeu), tendo ido para o castelo de Ludlow onde esteve a cargo de Richard Wickstead, o padre do conselho local. Apesar da negligência de Wickstead, Baxter beneficiou da grande biblioteca do castelo.[1]

Em 1638 tornou-se sacerdote da Igreja Anglicana em Kidderminster, Worcestershire onde em 1642 foi por algum tempo capelão do exército do Parlamento (ver Oliver Cromwell). Após a restauração da monarquia, perdeu através do decreto da Uniformidade de 1662 o seu cargo e viveu após a lei de tolerância de 1672 em Londres.[1]

Como sacerdote de renome, que não desejava subjugar-se à Igreja do Estado, em 1685 foi condenado a 18 meses de prisão. O seu texto "O pastor reformado" proclama um ideal ao qual ele se sentia obrigado.[1]

Trabalhos individuais

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Referências

  1. a b c d e f Este artigo incorpora texto (em inglês) da The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge (3.ª ed.), de 1908-1914 em 13 volumes, publicação em domínio público.

Ligações externas

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