O epis�dio foi considerado um exemplo de viola��es graves aos diretos humanos, que se tornariam cada vez mais comuns a partir do ano seguinte, com o golpe militar de 1964. Como muitos pontos envolvendo o massacre continuam obscuros, ex-oper�rios e familiares destacaram a import�ncia de que as novas investiga��es das duas comiss�es tenham resultados mais concretos e possam levantar informa��es sobre o paradeiro dos desaparecidos. “Foi feito um pacto muito forte nessa cidade em que as autoridades oficiais n�o falam sobre o caso. Encomendaram 32 caix�es, mas temos apenas oito v�timas oficiais. Aqui tem pessoas parentes de v�timas, pessoas que perderam pais aos 9, 10 anos e at� hoje n�o encontraram informa��o sobre eles”, afirmou Edson Oliveira, da Associa��o dos Trabalhadores Anistiados de Minas.
Voz dos sobreviventes
Trabalhadores que estiveram na portaria da usina – local onde aconteceu o confronto – ainda guardam detalhes sobre os momentos de terror que viveram. “O massacre n�o foi s� no dia 7. Era uma constante no nosso dia a dia. Trabalh�vamos de dia, sonhando � noite com nossa fam�lia longe, mas eles montaram um quartel aqui, num laborat�rio da ditadura, contrariando tudo o que desejavam os inconfidentes”, afirmou Jos� Horta de Carvalho, sobrevivente do massacre.
Outro ex-oper�rio, H�lio Mateus Ferreira, tem at� hoje uma bala alojada em seu corpo. Durante a audi�ncia, ele contou sobre os momentos de apreens�o vividos na porta da usina e afirmou que o tiro que o atingiu s� n�o o matou por que foi amortecido pela carteira que levava no bolso.
O coronel PM Eduardo Reis, apresentou o inqu�rito do incidente e ressaltou que informa��es levantadas pelo �rg�o apontam o indiciamento de 20 militares. “A PM � uma institui��o comprometida com o Estado democr�tico de direito. Com o indiciamento dos envolvidos, a pol�cia se manifestou contr�ria ao que aconteceu”, explicou.
Os integrantes da comiss�o estadual Betinho Duarte e Jurandir Persichini apresentaram uma vers�o diferente. Segundo eles, todos os indiciados foram absolvidos em 1965 e n�o houve qualquer puni��o para os militares.